O que é síndrome de pica nos gatos?
Sabemos que gatos são imprevisíveis e podem apresentar comportamentos estranhos de vez em quando. Porém, é importante ficar atento a esses comportamentos, pois podem representar hábitos nada saudáveis, como é o exemplo de quando os gatos comem coisas que não são comestíveis. O post de hoje fala sobre a síndrome de pica, que se manifesta pela compulsão que os gatos podem apresentar em comer itens que não são alimentos.
Entre os potenciais alvos dos gatos que sofrem de síndrome de pica estão cadarços, fios, tecidos, plásticos, plantas e até areia higiênica. Além do transtorno ocasionado pelos danos materiais, esse hábito do gato oferece riscos para a saúde do animal, tais como obstrução intestinal ou intoxicação. Entretanto, se o seu gato já ingeriu ocasionalmente algo que não é alimento, isso não quer dizer que ele apresenta a síndrome de pica. A pica se caracteriza, principalmente, pelo ato habitual de ingerir tais materiais, pois é um comportamento compulsivo.
Foto: Conversa de Tricô
Até chegar a comer o objeto, o gato pode começar chupando, lambendo ou mastigando, como ocorre quando são filhotes e parecem estar mamando em um pedaço de pano, por exemplo. É importante perceber que essas etapas são diferentes e a síndrome de pica ocorre somente se o animal ingere tal objeto. Ou seja, os gatos podem lamber ou morder objetos sem ingeri-los, caracterizando uma simulação de luta com uma possível presa ou pode sugar como se estivesse mamando.
As causas da pica ainda são incertas, pois variam de gato para gato, e são difíceis de serem definidas. Entre as principais possíveis causas estão:
-Separação precoce da mãe: nesses casos o filhote costuma imaginar que está mamando enquanto suga algum tecido ou até a mão do seu humano, esse hábito costuma desaparecer à medida que ele vai crescendo. Porém, para evitar que este se torne um comportamento compulsivo e que ele adquira o hábito de ingerir pano, por exemplo, deve-se acompanhar o filhote e dar bastante atenção a ele nos primeiros dias;
-Má alimentação: a alimentação do gato pode estar pobre em fibras e, dessa forma, ele busca alternativas para suprir essa necessidade. Indica-se mudar a ração por uma com mais fibras ou complementar a alimentação, também é uma boa opção disponibilizar graminha para o gato poder ingerir. Além disso, quando a alimentação é pouca, o gato pode permanecer com fome mesmo depois de “limpar” sua vasilha e buscará saciar a fome com outras coisas que encontrar;
-Doenças prévias: câncer, tumores na tireoide, infecções, anemias, metabolismo anormal do hormônio colecistocinina (CCK) e diabetes podem ocasionar pica nos gatos, porém recomenda-se a investigação junto a um veterinário, pois além da pica outros sintomas são apresentados nesses casos;
-Desequilíbrio emocional: situações de stress ou tédio podem ser causadoras de outros tantos malefícios aos gatos. Essas situações podem ser evitadas com momentos diários de brincadeiras com seu gato, brinquedos espalhados pela casa para que ele possa se distrair. Também é importante garantir um ambiente onde ele possa sentir-se seguro e tranquilo;
-Genética: suspeita-se dessa causa principalmente porque os gatos de raças orientais, em especiais os siameses, são os mais acometidos pela síndrome de pica.
Como tratar a síndrome de pica?
O primeiro passo para iniciar o tratamento consiste em identificar as possíveis causas. Por isso, é fundamental que o gato seja examinado por um veterinário para investigar se podem ser causas médicas e, se forem identificadas doenças que podem gerar a síndrome de pica, estas serão tratadas de forma específica. Não sendo identificadas doenças, deve-se observar atentamente o comportamento do bichinho, tentando perceber se podem ser alguns dos outros motivos citados acima. Conforme as possibilidades observadas, sugerimos as seguintes medidas:
-Remova do alcance do gato os objetos alvos, guardando-os em caixas organizadoras ou armários fechados, ou torne-os adversos aplicando substâncias adversas (molho de pimenta ou vinagre, por exemplo). No entanto, vale ressaltar que quando o gato apresenta síndrome de pica, apenas deixar os itens inacessíveis ou adversos não resolverá o caso, pois ele pode transferir sua compulsão para outros objetos. O ideal é combater a causa do problema;
-Busque orientação de um veterinário para equilibrar a quantidade de fibras na dieta do seu gato. Isso garantirá a nutrição que ele necessita e evitará que busque satisfazer seu apetite com materiais não comestíveis;
-Ofereça alternativas para mastigar ou comer, como brinquedos que liberam ração, grama artificial, catnip ou pedaços de couro cru;
-Reservar um tempo para realizar brincadeiras estruturadas para reduzir o tédio do gato. Brinquedos interativos também são uma boa opção.
Se o seu gato continuar a comer itens não comestíveis, recomenda-se a consulta a um veterinário especializado em comportamento, que poderá indicar outros planos para equilíbrio comportamental do animal e, em casos mais greves, indicar medicação apropriada.
Fontes consultadas: Gatinho Branco, Gato Verde e Meus Animais.